sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Artigo:

O trabalho diversificado em sala de aula


                                                                                        Alessandra de Cássia Spiller de Oliveira.


Um desafio atual é atender a diversidade cultural da clientela da escola. O trabalho diversificado atende  essa diversidade em sala de aula, pois cada escola é uma  realidade, têm sua historia, a comunidade escolar é um local em que todos os alunos devem ter as mesmas  oportunidade para aprender, mas com estratégias diferentes.
 Para o professor não é tarefa nada fácil, porque precisa mobilizar as potencialidades dos educandos, respeitando ás diferenças e nesse sentido fazer com que o aluno aprenda, respeitando a individualidade e ritmo de cada um.
Neste artigo, relato à minha experiência com o trabalho diversificado em uma sala de aula do segundo ano do ensino fundamental. Muitas vezes me angustiou sentir certas dificuldades para poder dar conta das necessidades de cada um dos meus alunos e auxiliá-los mesmo considerando os diferentes níveis de aprendizagens.
O professor  poderá utilizar como estratégia o  trabalho diversificado respeitando a heterogeneidade. Esse trabalho consiste em atividades realizadas em grupos ou individualmente, que devem ser previamente planejadas pelo professor, tendo a possibilidade
de os alunos poderem realizar algumas atividades optativas ou de livre escolha dos colegas com os quais vão desenvolver os trabalhos.
Isto possibilita que os alunos possam trocar experiências favorecendo o crescimento de todos.
Mas para que isso aconteça, a escola precisa romper com os seus  sistemas convencionais.
Agrupar os alunos , não é criar grupos homogêneos , com os mesmos níveis de aprendizagem e sim aproveitar a heterogeneidade existente no grúpo para favorecer a troca de experiência de cada um e assim tornar a sala de aula um espaço relevante para interações e aprendizagem juntamente com o professor e os colegas de classe    . O trabalho consiste no uso de diferentes exercícios, atividades, tarefas por grupos ou pequenos projetos, que permitirá a inserção de todos no trabalho, independente dos diferentes níveis de conhecimento em uma mesma classe . Para isso o educador deverá criar um ambiente em que o diálogo,a socialização, a cooperação sejam favorecidas e faça  perceber aos alunos um sentindo de organização e favoreça o interesse e a motivação para aprender.
Vale ressaltar que o educador deverá levar em conta os fatores sociais, culturais e a historia educativa de cada aluno, a sua singularidade e seus diferentes ritmos de aprendizagem. O professor nesse sentido deve criar entusiasmo, levantar a auto estima dos  alunos para produzir saberes em diferentes níveis de aprendizagem.
O trabalho diversificado atenderá as diferenças individuais dos alunos e a interação com o outro favorecendo a aprendizagem.O professor assumirá a postura de mediador na construção do conhecimento. O espaço de aprendizagem é coletivo podendo ocorrer na interação professor-aluno ou na relação aluno-aluno.
A interação e a cooperação são fundamentais à aprendizagem dos conteúdos escolares e à aprendizagem do convívio social e escolar .
Para o professor o apoio institucional é de suma importância porque a ação pedagógica não se faz sem parcerias  para acontecer dentro da escola.
Neste momento transcrevo o meu trabalho no intuito de compartilhar e  socializar a proposta desenvolvida com os meus alunos.
Fiz inicialmente uma roda da conversa com eles, propondo uma dinâmica diferente de aula, onde eles poderiam se agrupar para desenvolverem suas potencialidades, direcionando um tempo para  cada atividade proposta. A proposta incluia : atividades de leitura e de noções lógico-matemáticas. Cada grupo deveria escolher a atividade a ser realizada, atividades estas que já tinham sido trabalhadas em sala de aula do segundo ano do ensino fundamental, por exemplo a escrita de uma lista, de um bilhete ou convite e assim eles iriam trocando informações com o seu grupo.
Já um outro grupo iria desenvolver atividades de resolução de situações problemas e assim por diante onde todos deveriam resolver as tarefas estipuladas no decorrer da manhã e trocá-las para que os outros grupos também as fizessem.
Percebi que os alunos se sentiram mais motivados, responsáveis e autonômo por realizarem as atividades,gerenciando ações e progressos. Esta dinâmica foi realizada no intuito de poder trabalhar com os alunos que estão realizando atividades diferenciadas para que eu pudesse dar mais atenção ao desenvolvimento deles.
Achei que os alunos ficaram mais motivados em trabalhar desta maneira, não me sobrecarregando, pois já tinha trabalhado os conteúdos anteriormente.
 Essa prática,  para mim em sala de aula,  têm dado muito certo, após o desenvolvimento dessas atividades na semana, todas as sextas-feira, fazíamos uma roda de conversa, a fim de relatar o que foi produtivo, os combinados  e a rotina da turma e também  o que não deu certo, e após isso pedia aos alunos que  registrassem  os acontecimentos  em um caderno que deixei somente para essa finalidade e este ato passaria ter o que a função de escrita têm de registrar , organizar e perpetuar o vivido o que é de fato a expressão de nossa turma.
Vale ressaltar que esta experiência e essa possibilidade de  trabalho foi vivenciado na sala de aula e surgiram a partir de diálogos estabelecidos em um curso de extensão universitária   no qual participei no ano de 2010, com a professora Laura, no departamento de educação da Unesp e no diálogo com textos duas professoras.

Referências  bibliográficas:

GHIDOTTI, V. Dinâmica de uma sala de aula Freinet: vivências com as crianças e o uso dos instrumentos. Campinas: [s/n.], 2006
FARIAS, Maria Natalina de Oliveira. Travessia da prática docente:Paisagens que constituíram a formação e o trabalho numa escola de ensino fundamental. Campinas, 2006.
Disponível em: < http://cutter.unicamp.br/document/?code=vtls000396761> Acesso jan 2008